Os níveis de sofisticação das técnicas de Marketing vão se ampliando e marcas consolidadas no mercado, no mundo todo, podem comprovar isso em poucos exercícios. O brand marketing é uma dessas estratégias. Infelizmente, ela pode ser concebida depois que determinada empresa já está no mercado. O caminho ideal é exatamente o oposto.
Isso porque o branding cria a identidade da sua marca. Atualmente, consumidores estão atentos a propósito e representatividade: muitas vezes, o diferencial não precisa ser necessariamente o produto, mas o posicionamento desse produto ou da empresa. E isso pode ser o fator decisório para a compra.
Afinal, como disse Theodore Levitt: “O propósito de uma empresa é criar e manter clientes. Não pode haver estratégia empresarial que não seja fundamentalmente uma estratégia de Marketing”.
Vamos com um exemplo: os bancos digitais vieram com a proposta de eliminar as tarifas bancárias e oferecer transparência na comunicação e o fim da burocracia. Teoricamente, os serviços oferecidos são os mesmos que as instituições bancárias tradicionais; entretanto, o que faz um cliente optar por abrir uma conta digital?
A imagem criada, ou seja, o branding da marca: de forma geral, uma relação igualitária e honesta com o cliente.
Não é mensurável e não está à venda: mas pode ser o motivo para alguém escolher um banco em relação a outro.
Mais um exemplo, partindo de outro viés do trabalho de branding: a comunicação visual. O logo, a cor dele e as cores com as quais você se comunica viram assinaturas da sua marca. Quando esse trabalho é feito com cuidado e dedicação, fica possível identificar sua empresa apenas por esses aspectos.
Afinal, o M do logo do McDonald’s pode existir sem as outras letras e saberemos do que se trata, assim como uma garrafa apenas com rótulo vermelho e branco irá nos remeter diretamente à Coca-Cola.
Mas não se engane, o brand marketing é um trabalho que pode demorar anos para apresentar resultados como os que mencionamos aqui. Ele precisa ser criado e aplicado com coerência para que possa impactar, verdadeiramente, seu público-alvo.
Mas como começar a desenvolver o seu brand book? É nele que ficam todas as diretrizes de como a sua marca deve se apresentar. Vamos compartilhar com você aqui os passos mais importantes para dar identidade à sua marca.
5 informações indispensáveis para o seu Brand book
1 – Qual é a personalidade da sua marca?
Como já exemplificamos, a estratégia do branding também é comunicar o que é não necessariamente exposto em uma comunicação. Afinal, o que achamos de uma pessoa, por exemplo, nunca está vinculado apenas ao que ela diz. Da mesma forma, é possível comunicar a identidade da sua marca junto a uma publicidade, aliás, esse é o objetivo.
Inclusive, há campanhas específicas para divulgar a marca, sem venda atrelada, são as ações de awareness.
Algumas questões importantes para levantar e definir são: quais são as características da sua marca: é luxuosa, acessível, transparente, divertida, jovem? Como ela fala: o discurso zela pela transparência, usa gírias, é mais conservadora?
Todos esses pontos serão usados como recursos para transmitir a essência da empresa e é preciso estar na veia de toda comunicação – interna e externa. Afinal, a personalidade da empresa é estável: é para todos. Senão, é uma construção, e não uma verdade.
2 – Comunicação visual
O logo é uma espécie de assinatura da marca. Por isso, é fundamental criá-lo e é muito possível que sua marca seja reconhecida por ele, apenas por ele. E, se isso acontecer, significa que o trabalho em branding foi muito bem feito.
Neste momento, a cor vira protagonista: hora de definir uma paleta de cores que pode estar vinculada à sua marca. É muito importante escolher um guardião para garantir que sejam usadas apenas a faixa de cores definida. Todas essas informações devem ficar registradas no manual da marca, o Brand Book.
3 – Unidade
Já sabe como a personalidade da sua marca se comporta e quais cores podem ser utilizadas? Transforme isso em uma unidade: em toda campanha e comunicação, escolha pessoas e conceitos que se estejam de acordo com o definido no manual da marca.
Assim, a sua marca vai, realmente, ganhar uma cara: algo que vai a diferenciar de todas as outras.
4 – Desdobramentos
A partir desses conceitos do manual da marca, é possível chegar a outras definições importantes como o manual de tom e voz.
Você já sabe como é a voz da sua marca, mas como ela diz? Qual é o tom dela? Um exemplo: é uma voz amigável, receptiva, mas seu tom é conservador. Ou amigável, receptiva, mas em um tom informal?
Veja a diferença:
- Tom conservador: Agradecemos por participar da nossa pesquisa. Sua opinião é muito importante para nós.
- Tom informal: Obrigada por responder à nossa pesquisa. Você vai ajudar a gente a melhor ainda mais! A mensagem tem o mesmo objetivo: agradecer a participação em determinada pesquisa, porém a forma de dizer isso transmite sensações diferentes e – o ideal – é que essas mesmas sensações sejam retomadas a cada contato com a sua marca.
Você estará implantando branding na prática!
5 – Canais de comunicação
Você não precisa estar em todos os canais digitais: só é preciso estar onde faz sentido para a sua marca. Daí, vale o questionamento: alguém com a personalidade como a da sua marca se adequaria a todos os canais digitais?
Apesar de trabalhoso, o processo e o resultado de criar um brand book são muito importantes, fica muito mais simples unificar as comunicações e saber com mais clareza o que tem mais a ver com a sua marca. A aprovação de KVs e de planejamento fica mais simples e todo mundo que trabalha diretamente na criação sabe exatamente o que cabe ou não à cada campanha e ação.
É um investimento que vale a pena e traz muitos recursos para conquistar clientes. Agora, especialmente, quando os clientes podem ter contato mais orgânico com as empresas, falar diretamente com elas e expor suas críticas ou o sentimento de fan lover, é preciso ser autêntico e estável: criar uma linha de evolução para o seu negócio, tanto como marca quanto como produto.
Conclusão
O brand marketing não é uma novidade. Há décadas, as marcas vêm se apropriando de técnicas para se aproximar dos clientes, humanizar suas relações e tornar isso um diferencial na hora de escolher um produto ou marca.
Neste artigo, fizemos questão de exemplificar como o trabalho de brand funciona na prática e identificamos os pontos principais para criar o manual de marca da sua empresa.
Mas não é preciso criar tudo isso de forma solitária, é mais do que necessário contar com profissionais de Marketing – sejam os da sua empresa ou uma agência especializada em branding.
Eles estarão preparados para definir com método e técnicas a identidade da sua empresa!
